terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

My shoulders

Hoje acordei com muita preguiça. Uma dor nos ombros. Na metafísica isto significa que é muita responsabilidade. Realmente o é.

Tenho estudado bastante, quase não tenho saído. No sábado fui jantar na casa do Leandro e da Suélen, que aliás fez um strogonoff de carne excelente com arroz branquinho... hummmmmm..., depois não tive coragem de encarar a chuva às 3 da manhã e ir para uma balada. Ouvi o conselho dela.

Bom, de qualquer forma, já está na hora de mudar a rotina. Os estudos para o ingresso na universidade pública não está sendo nada fácil, fora a documentação que está enrolada lá no Ministério de Educação Argentino, como sempre.

Quando me sinto meio desanimado, basta que eu caminhe por aí, sem ouvir as choramingadas e comparações de vida no Brasil e na Argentina (pra ser franco, não suporto mais!)... Tomar mate também é bom, dá uma sacudida.

Confesso que é difícil quando se mora sozinho. Ter que fazer tudo sem a ajuda de ninguém é ter que ser dois ou mais, mesmo com um apartamento pequeno, pois tenho que lavar minhas roupas, limpar a casa, fazer comida, ir ao supermercado, organizar as contas, fazer o orçamento do mês, pagar as contas, etc. Tudo isto também demanda tempo e cuidado.

Contestam-me dizendo que não tenho capacidade de relacionar-me. Pode ser, beijar qualquer boca de esgoto realmente não tenho capacidade, até porque uso aparelho nos dentes e não ficaria bem se me contagiasse uma dessas doenças modernas... Bafo de cigarro e de bebida alcóolica estão fora de cogitação... Bom, parece que tenho que me precaver em dobro.

Morar sozinho tem sua graça, mas tem um alto preço. Eu, pelo menos, fiquei muito mais maduro, dizem, mas aquele ar moleque parece que sumiu, porém as aventuras continuam se aperfeiçoando... e melhores.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

A viagem

Bom, chegou mais um fim de semana. Passei bem.

Comprei um pilão, uma bombicha e um pacote de erva-mate tipo argentina. Como um bom gatófilo, não me agüento ao comprar algo novo e quero estreá-lo. Tomei esse mate para relaxar um pouco mais.

Esse domingo me desliguei de tudo. Lavei um pouco de roupa, fiz um arroz com chorizo con salsa golf a la francesa e pão e alface temperado para acompanhar.

O Parque Rivadávia estava, como sempre, repleto de gente aproveitando o sol e a grama fresca e terra roxa devido à chuva fina de sexta-feira. Fiquei sentado por lá no sábado e no domingo à tarde. Adoro.

Essa noite eu sonhei com Juliana. Ela estava bem, feliz, inclusive estava muito bonita, estava muito nítido. Eu vi seu cabelo castanhos escuros ondulados, seus olhos castanhos claros, sua pele cor de café clarinho, uma camiseta fininha de cor branca com decotinho com renda fina e a sua minissaia jeans justinha de cor azul claro, do jeito que ela gostava de se vestir. O sorriso dela é indescritível, um milagre, um banho de carinho.

Eu senti que ela estava fazendo que mais gostava de fazer : cuidar de crianças. Me lembro de que a gente estava conversando sobre alguma coisa engraçada até que então eu dei uma baita gargalhada, e logo ela disse uma frase que eu adorava escutar dela: "Que risada mais gostosa você tem...". Meu riso foi diminuindo pouco a pouco até que deu lugar às contidas lágrimas, como agora... Me deu vontade chorar todo o tempo no sonho, persistindo até o amanhecer.

Ela, com seu sorriso sincero e sempre disposta, me conduziu até onde ela mora atualmente, como se eu estivesse sentado no seu Pálio verde que havia comprado a prestações e pago com o suor de seu trabalho de assistente administrativa num banco, andando por ruas não muito estreitas, de asfalto, e as casas eram comuns. Era um lugar simples, aconchegante. Mas eu não pude entrar, não consegui seguir adiante, como se algo me barrasse. Logo depois de uma boa conversa, ela me pediu que eu ficasse por aqui e então, com um ar assim um pouco preocupada e triste, subindo por uma escada tipo concreto rodeado de plantas verdes, de degrau em degrau ela olhava para mim até que não pude mais vê-la.

Procurei-a por todos os lados, um desespero, uma agonia no peito que persistiu até mesmo na hora do almoço. Ao acordar me veio a mente, uma música de Ivan Lins, "Vitoriosa", que é assim:

" Quero sua risada mais gostosa / Esse seu jeito de achar / Que a vida pode ser maravilhosa... "

Caminhando pelas ruas da cidade, eu senti como se alguém muito especial estivesse segurando meu braço e caminhando comigo. Me confortou, mas não aliviou a saudade no peito. Não dei lugar a imaginação, apenas senti e deixei fluir aqueles momentos, até que eu reconheci aquele jeito que eu só conheço de Juliana. Tem uma música da banda Catedral chamada "A Tempestade e o Sol" que me veio a quase todo momento no dia de hoje:


" Tenho certeza que vou te encontrar /Não sei o dia e a hora /Mas sei o lugar /Sei que você está bem / Mesmo assim / Isso não me impede de chorar "

http://www.youtube.com/watch?v=HZCefprUdhM

Fortes emoções neste domingo, heim! Bom, é isso.

(Que você continue sempre linda como eu te vi, Ju, e que nos vemos mui breve! Só não esqueça de me convidar para tomar um cafézinho pelo menos, um bem forte, de preferência. Um beijo, Rafinha.)