sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Férias, sim!, em São Paulo

Estou de férias em São Paulo, com a idéia de relaxar-me um pouco e esquecer a loucura de viver em Buenos Aires, como se aqui também não fosse o mesmo.

Preferi ficar a semana inteira com meus pais, e até mesmo deixar de lado o que realmente deveria ter feito há tempos. Contudo, percebi que meu corpo não acompanha a alma sendo obrigado a tomar esta postura: fazer o que eu posso sem acomodar-se ao mínimo.

Já os amores passageiros e doentios, possessivos e promíscuos, estou exausto faz tempo. Já não fazem parte de meus planos.

Hoje de madrugada, vi o programa "Fala que eu te escuto" na TV Record onde questionava o lema "pega, mas não se apega". Isto me fez refletir e concluir que este lema é totalmente banal, egoísta, grosseiro e sujo, desrepeita ao sentimento alheio e faz dos números de parceiros uma auto-afirmação ao seu meio social.

Bom, eu já prefiro uma mulher, apenas uma, com aquele charminho... Não preciso provar a ninguém minha masculinidade, apenas ser eu mesmo, e vou deixar a vida rolar como sempre e saber dizer "não" na hora certa.

Pois é, aprendemos, logo emadurecemos.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Meu mundo e nada mais

É... hoje faz calor nesta madrugada de quinta-feira, em aires portenhos.


Mas sinceramente, leitor, sinto o frio do trato humano que recebo da gente aqui. É estranho. Dá vontade de calar minha boca para que saia nenhum palavra mal pronunciada, e até mesmo não relacionar-me com ninguém nativo.


A chuva de segunda-feira refrescou a terra do parque Rivadávia e tirou os miasmas dos ares, mas não o orgulho característico do povo daqui.

Recém cheguei do curso de teatro e percebi que as palavras tem poder e se as transmito mal, é recíproca a reação. Embora haja sorrisos, estes são uma espécie de deboche como se quisessem intimidar ou dizer a frase "Cala a boquinha, vai..." ou "Não estou afim de ajudar alguém e/ou ensinar nada hoje...".


Bom, viver aqui é uma experiência incrível que muitas vezes não sei como lidar com tanta informação ambígua e desencontrada, sem pé nem cabeça.


Veja só, leitor : ao mesmo que a mulher portenha se faz de difícil, se torna uma tonta arrastando-se a um cafajeste de barba mal feita e dentes amarelos de tanto tomar mate ou como se diz por aqui "fastidiosa", que não gosta de homem "romântico" ou "grudento". Sabe, é estúpido generalizar, mas creio que a estupidez é algo muito habitual por aqui. Não é difícil encontrar uma mãe solteira, principalmente com menos de 18 anos; creio que isto já dá para ter uma noção. Parece que já me acostumei com tudo isto, mas não consigo aceitar estas coisas para minha vida.

Os sermões de domingo à noite, na Igreja San Carlos, a 10 quadras de onde fica meu apartamento, me ajudam à refletir e pôr os pés nos chãos em meio à tanta ilusão e falsas promessas. Já o som do órgão é magnífico, eleva a alma, arrepia no bom sentido, chego até me emocionar algumas vezes com algumas músicas, principalmente no fim da missa que se toca algumas peças curtinhas de Bach. Deve ser também por isso que me sinto bem nesse lugar, principalmente quando saio de lá.


É verdade, estou muito mal acostumado. Quem nunca se enamorou com o carinho e o olhar da brasileira ? O beijo é saboroso e o jeito de caminhar, assim quase rebolando, é como se fosse algo prazeiroso, divertido e para muitas, a calçada é quase como uma passarela.


Resta, portanto, as experiências e tudo que aprendo a fazer bem e não fazer, e também minha convicção de manter intacto meu jeitinho brasileiro.


É... parece que tenho muitas histórias pra contar!

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Chaqu'un à son métier

É. Este fim de semana foi bacana. Fez um solzinho gostoso no sábado, céu azul e ares bem suaves. Para um paulistano acostumado ao céu cinza e ares com altos índices poluentes, foi um prazer incomensurável, em pleno extase.
Já um domingão, fez frio. Não tive vontade de sair de casa, quase. Pude aproveitar o domingo caminhando por aí calado, vendo o povo porteño caminhar de maneira estabanada pelas ruas. Não é raro um porteño esbarrar-se em alguém e não pedir desculpas.
Certa vez, melhor dizendo, certas vezes, estive eu num supermercado segurando algumas coisas caminhando calmamente e de repente, buff!!! Lá se vai as latas de ervilha pelo chão. Ouvir desculpas ao menos ? Hã... isso não me pertence mais.
Outro dia, estive sentado ao lado de uma árvore, no parque Rivadávia, com pouca gente, pra refletir um pouco e sair um pouco da agitação. Alguns minutos se passam e se senta quase do meu lado uma jovem que aparentava uns 25 anos, por sinal muito bonita. Pensei : ela quer bater um papo. Ué, vamos puxar uma prosa, então:
Digo : "Oi, que dia bonito, né?"
E ela, nem tchum.
Replico : "Desculpe, que horas são?"
E ela insiste em não responder.
Insisto : "O gato comeu sua língua?"
E ela sorriu.
Não sou psicanalista formado, mas estou certo que as portenhas tem outro tipo de gosto. Gosto é gosto.
Enfim, dizem que tenho que adaptar-me aos costumes. Eu digo: é preciso saber os gostos alheios para respeitá-los como são, mas não significa que tenho que te-los também. Eu respeito, mas acabe a mim aceitar ou não.
Tomar mate é um hábito muito comum para a maioria dos argentinos, como se fosse o cafézinho para a maioria dos brasileiros. A diferença é que o canudo de metal dentro do pilão onde há a erva mate com água quente e um pouco de açúcar cristalizado passa de boca em boca. O meu estomago não se acostumou, te garanto.

O carinho e a ternura do meu sangue brasileiro ainda é meu alento e razão da minha singularidade, um tanto carente por aqui. Deve ser isso que soo diferente, mas jamais inconsequente.

domingo, 21 de setembro de 2008

É primavera!

Olá!

Chegou mais uma nova estação pra esquentar um pouco mais estes ares e os vizinhos.
Digo isso que o calor influencia diretamente no humor dos portenhos.
Este fim de semana não tive vontade de sair de casa, um friozim de 12 graus. Não fiz outra coisa que ir para academia e fazer umas compras básicas no supermercado.
Como de costume, atravesso o Parque Rivadávia para ir ao bendito lugar de compras e então, me deparo sempre com o cheiro de terra molhada tão comum por estes lados... e gente tomando mate.
O que me intriga é que bem em frente à estátua de Simón Bolívar (foto abaixo), personagem decisivo da história argentina, todos os domingos há um show improvisado de malabarismo e coisas do gênero com palhaços colombianos... tudo a ver, não acha?


Além disso, quando chega o calor pra valer, a galera tomam posse dos pastos verdes (rsrsrs) como se fossem areia e tomam seu banho de sol à la volonté... É tão à vontade que não é estranho ver alguém de fio dental... (Obs.: mulheres, gente do sexo feminino, que eu saiba...)
Uma quadra atrás dos prédios desta foto, mora este homem que aqui te escreve. Só me avise antes para eu preparar o café ou um bem bolado e para que eu não saia em casa, ok?

Um abraço e até minha próxima postagem!

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Anúncio de Jornal

Olá!
Este é nosso primeiro encontro por aqui e espero que não seja o único.
Vou contar um pouco de como vivo aqui nesta cidade portenha tão cheia de curiosidades e surpresas, de maneira objetiva e com uma pitada de humor paulista.
Venha comigo nesta viagem, aperte os cintos e boa aventura!

Rafael Moss