segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Chaqu'un à son métier

É. Este fim de semana foi bacana. Fez um solzinho gostoso no sábado, céu azul e ares bem suaves. Para um paulistano acostumado ao céu cinza e ares com altos índices poluentes, foi um prazer incomensurável, em pleno extase.
Já um domingão, fez frio. Não tive vontade de sair de casa, quase. Pude aproveitar o domingo caminhando por aí calado, vendo o povo porteño caminhar de maneira estabanada pelas ruas. Não é raro um porteño esbarrar-se em alguém e não pedir desculpas.
Certa vez, melhor dizendo, certas vezes, estive eu num supermercado segurando algumas coisas caminhando calmamente e de repente, buff!!! Lá se vai as latas de ervilha pelo chão. Ouvir desculpas ao menos ? Hã... isso não me pertence mais.
Outro dia, estive sentado ao lado de uma árvore, no parque Rivadávia, com pouca gente, pra refletir um pouco e sair um pouco da agitação. Alguns minutos se passam e se senta quase do meu lado uma jovem que aparentava uns 25 anos, por sinal muito bonita. Pensei : ela quer bater um papo. Ué, vamos puxar uma prosa, então:
Digo : "Oi, que dia bonito, né?"
E ela, nem tchum.
Replico : "Desculpe, que horas são?"
E ela insiste em não responder.
Insisto : "O gato comeu sua língua?"
E ela sorriu.
Não sou psicanalista formado, mas estou certo que as portenhas tem outro tipo de gosto. Gosto é gosto.
Enfim, dizem que tenho que adaptar-me aos costumes. Eu digo: é preciso saber os gostos alheios para respeitá-los como são, mas não significa que tenho que te-los também. Eu respeito, mas acabe a mim aceitar ou não.
Tomar mate é um hábito muito comum para a maioria dos argentinos, como se fosse o cafézinho para a maioria dos brasileiros. A diferença é que o canudo de metal dentro do pilão onde há a erva mate com água quente e um pouco de açúcar cristalizado passa de boca em boca. O meu estomago não se acostumou, te garanto.

O carinho e a ternura do meu sangue brasileiro ainda é meu alento e razão da minha singularidade, um tanto carente por aqui. Deve ser isso que soo diferente, mas jamais inconsequente.

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